Novidades da ASCO 2022 – Tumores genito-urinário

Na sessão de apresentação oral dos tumores de cabeça e pescoço, selecionei dois importantes trabalhos (abastracts) para serem discutidos.

  • Abastract LBA 4500 – Estudo de fase 3 que avaliou tratamento adjuvante com Everolimus para pacientes com câncer de rim ressecado

O everolimus, um inibidor da via da mTOR é utilizado no tratamento de pacientes com câncer de rim metastático. Este estudo de fase 3 com mais de 1500 pacientes comparou este medicamento com placebo no cenário adjuvante (pacientes com câncer renal ressecados sem metástase). As características mais importantes da população em estudo foram: 83% de tumores de células claras; 45% pacientes com risco intermediário-alto; 55% pacientes de alto risco.

A sobrevida livre de recorrência aos 6 anos foi de 64% para pacientes que receberam everolimus e 61% para pacientes que receberam placebo (sem significado estatístico). Na população de alto risco foi visto um benefício favorável ao everolimus (com significado estatístico; HR: 0.79), o mesmo não acontecendo na população de risco intermediário-alto (HR: 0,99)

Com estes resultados, não há um claro objetivo em realizar tratamento adjuvante com everolimus nas pacientes submetidas a nefrectomia prévia.

  • Abastract 4508 – Estudo pivotal da associação de interleucina N-803 (IL-15RαFc superagonista) com BCG intravesical para pacientes com câncer de bexiga não músculo invasivo (in situ ou papilar) não responsivo ao tratamento prévio com BCG

Pacientes com câncer de bexiga não músculo invasivo que responderam mal ao tratamento com BCG intravesical têm poucas opções terapêuticas para evitar a evolução da doença para um componente invasivo e necessitar da retirada completa da bexiga. A imunoterapia com pembrolizumabe demonstrou benefício recente com taxa de resposta completa de 40%.

A associação do N-803 (ativa a proliferação de células natural-killer e células T CD8) à BCG intravesical demostrou taxa de resposta completa nos pacientes com carcinoma in situ de 71% e para pacientes com carcinoma papilar uma sobrevida livre de doença aos 12 meses de 57%. Evitou-se ainda em mais de 90% a chance de cistectomia (retirada completa da bexiga) nestes pacientes após um seguimento de 2 anos.  

Esta associação passa a ser um potencial tratamento para pacientes com câncer de bexiga não músculo invasivo que apresentaram recidiva após uso do BCG intravesical.

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