A doença trofoblástica gestacional (DTG) compreende um espectro de doenças relacionadas à uma gravidez. Temos as condições pré-malignas (mola hidatiforme completa e parcial) e as neoplasias propriamente ditas (neoplasia trofoblástica gestacional, coriocarcinoma, molas invasoras). Estas neoplasias originam-se de uma célula da placenta chamada trofoblasto, podendo ser de uma gravidez em curso ou mesmo de uma gravidez recente.
Apesar da origem em um momento de alegria e novos planos que é o nascimento de um filho, a DTG tem alto potencial de cura, inclusive permitindo que a paciente possa tentar novas gestações subsequentes. O diagnóstico é feito através de curetagem uterina após um sangramento anormal e níveis elevados de beta-HCG.
Se após a realização deste diagnóstico não houver a normalização do beta-HCG, a mulher deve dirigir-se imediatamente a um ginecologista especialista no acompanhamento da DTG ou mesmo do oncologista com expertise neste tipo de tumor, reforça o Dr. Diocésio Andrade.
Algumas pacientes terão uma involução natural dos níveis de beta-HCG e não necessitarão de tratamento complementar. Porém muitas necessitarão de quimioterapia para atingir a remissão completa desta neoplasia. Existem as pacientes que apresentarão risco baixo e serão tratadas com quimioterapia com agente único (metotrexate ou actinomicina-D), porém outras serão classificadas como de risco alto e necessitarão de poliquimioterapia.
Não é infrequente a presença de metástases pulmonares ou até mesmo metástases cerebrais neste tumor, porém mesmo com uma doença à distância o potencial de cura com os tratamentos disponíveis é muito alto. É uma doença que necessita o acompanhamento de um especialista com experiência grande no seu manejo com o intuito de desfechos favoráveis ao término do mesmo.